Mestre Cupijó, Sons da Amazônia

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01 – Pout-Pourri
02 – Mambo do Martelo
03 – Marica
04 – Mambo do Macaco
05 – Pra dançar meu siriá
06 – Mingau de açaí
07 – Siriá Quente
08 – Caboclinha do Igapó
09 – Eu Quero Meu Anel
10 – Morena do Rio Mutuacá
11 – Farol do Marajó
12 – Samba do Matapi
13 – Sereia
14 – Ventinho do Norte
15 – Mambo do Peão
16 – Despedida
17 – Tubarão Branco
18 – Menina Chorona
19 – Lúcia

Coletânea, “Nóis é Brega Mais é Jóia”

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Não se engane com essa capa tão tosca e pobre! Esta é uma das mais sensacionais coletâneas bregas!
(Pensando bem, no brega, quanto maior a tosquice e a fuleiragem, melhor!)

Tem de tudo um pouco:
O sax envenenado de “Não Toque Esta Música”, o clássico “Placa de Venda” de Maurício Reis que foi regravada pelo Falcão, o brega de teclado de qualidade de Zezinho Barros.
Porém, nada pode te preparar para o pior (!!!) (ou melhor?) tecladista de todos os tempos, nas faixas de Carlito Gomes, um teclado com um som horrível de trumpete, bem alto, bem na frente, com “Paraizo do Céu” (com z mesmo), em que apesar da música ser tão triste (conta o assassinato do pai dele, e o irmão dele quando viu o seu pai morto, foi logo fazer a “vingação”), a gravação é ao vivo e ele pede: “quero ver a galera comigo”.
Cristiano Neves, um dos melhores seguidores de Amado Batista com “Costureira”, “A Solidão e o Desejo” e “Tente Mais Uma Vez”, esta última uma mistura de Raul Seixas com a música da “Praça é Nossa”, só ouvindo pra conferir.
Juca e Jeca, num surreal e inacreditável tecno-caipira de raiz!

Superpop, “Superpop 03/2011”

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Este cd é daquela que é considerada a melhor aparelhagem de techno-brega de Belém do Pará.
Os DJs de tecno-brega são diferentes dos que estamos acostumados a ver aqui em São Paulo, porque lá eles falam no meio das músicas, e muito.

Este cd é de um show em que eu estive quando fui agora em março, nas minhas férias, pela segunda vez (a primeira vez foi a trabalho) para Belém do Pará. E eles tem um esquema muito legal: eles montam o cd no próprio show, prensam algumas cópias na hora, e próximo ao fim do show, ficam uns caras no meio da platéia vendendo os discos que acabaram de sair do forno.

Da primeira vez que eu havia ido para Belém, o amigo que conheci lá na empresa, o Shirlon, já havia me dado um cd de tecnobrega, também do Superpop. Eu já havia ouvido o cd praticamente até furar, pois era muito bom. Porém, o novo disco está muito melhor ainda.

Com absoluta certeza, o tecnobrega é disparado uma das coisas mais interessantes feitas na música popular do Brasil atualmente. Alguns outros estilos que têm forte apelo popular no Brasil são: sertanejo universitário, axé, pagode. Em nenhum desses estilos se vê a vitalidade e a independência que se vê no tecnobrega, exceto no funk carioca, inclusive este disco têm algumas faixas de funk carioca, tocadas pelos djs Elisson e Juninho.

O pessoal do tecnobrega entendeu bem, mesmo que inconscientemente, as lições do tropicalismo e da correspondente antropofagia, pois eles se apropriam, deglutem e transformam a influência estrangeira, misturam com algo tradicional, regional, como é o caso, pois o que eles fazem, a grosso modo, é misturar alguns dos ritmos tradicionais do Pará, como o calipso (o ritmo não a banda, mas pela banda dá pra perceber semelhanças entre o tecnobrega e a Banda Calypso: geralmente são mulheres que cantam, as batidas são parecidas e o que seria solado na guitarra e feito nos sintetizadores), guitarradas e carimbó, além de fazerem versões em português de músicas americanas de sucesso do momento.

Agora, o pessoal do rock brasileiro, em geral, não entendeu bem as lições do Tropicalismo: receberam a influência estrangeira, mas ao invés de fazerem como fizeram alguns índios quando os europeus chegaram (ou seja, o canibalismo), preferiram apenas aceitar a verdade vinda de fora como a verdade absoluta e passaram a idolatrar o rock vindo de fora, sendo assim, qualquer modificação ficava terminantemente proibida. No que o Wander Wildner ironiza, com razão, dizendo que os punk brasileiros querem imitar os punks ingleses se vestindo todos de preto, porém lá um dos principais motivos para eles se vestirem de preto porque lá é um frio
do caramba, e aqui no Brasil, com um calor tropical, o pessoal fica cozinhando em uma roupa preta. E para prezar a liberdade do punk, seria uma boa idéia ele se vestir colorido aqui no Brasil.

Bom, depois de tanto teorizar, vou falar um pouco sobre como é o show da aparelhagem Superpop: o lugar fica abarrotado de gente, os caras provavelmente são os maiores ídolos atuais de Belém do Pará, os DJs Elisson e Juninho. O show começa com outro DJ, menos conhecido, que serve para aquecer o público como se fosse uma banda de abertura. Lá pela meia noite, entra o DJ Elisson, no que o pessoal vibra muito, e o som fica bem mais alto.

O lugar onde os DJs ficam num lugar que parece uma nave espacial, inclusive até batizada de “Águia de Fogo”, cheia de luzes e telões. Mais ou menos uma hora depois do DJ Elisson entrar, entra também o DJ Juninho, que é mais um showman performático do que um DJ: vai pra frente, subindo na nave, com um daqueles teclados que parecem guitarra, e o teclado solta faíscas, combinadas com faíscas saem das laterais do palco; às vezes ele pega uma bazuca que solta confete e serpentina para o alto.

Complementando as teorias sobre as relações do Tropicalismo, complementar a este show, foi o show da Gaby Amarantos que vi em São Paulo na Virada Cultural, em que ela falou várias frases de orgulho e auto-afirmação, que concordo em número, gênero e grau: “a gente gosta sim, de ser chamado de índio”, “essa tribo tá chegando do estado do Pará”, “Beyonce é maravilhosa, mas eu amo ser a Gaby Amarantos”, essa última a respeito de sua alcunha, Beyoncé do Pará, por causa de sua versão “Hoje eu tô solteira” para “All Single Ladies” da Beyoncé.

Sobre o show da Gaby Amarantos, segue link para ótimo texto de Pedro Alexandre Sanches sobre o show:
http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/musica/musa+do+tecnobrega+gaby+amarantos+festeja+musica+do+norte/n1300080395820.html